Como Calcular Juros e Multa de Aluguel Atrasado: Guia Completo

Atualizado em 27 de Novembro 2025
Como Calcular Juros e Multa de Aluguel Atrasado: Guia Completo

Se o aluguel atrasou, a dúvida aparece na hora: como calcular juros e multa de aluguel atrasado sem erro e sem pagar a mais? A resposta passa por três pontos que quase ninguém explica direito: o que está no seu contrato, as práticas do seu estado e o jeito correto de fazer a conta pró-rata. Aqui você encontra um passo a passo simples, exemplos reais e alertas sobre limites legais e cobranças abusivas.

Na Comparabem, a gente sabe que cada real faz diferença no seu orçamento. Por isso, além de mostrar o cálculo, vamos te dar atalhos práticos para negociar, evitar juros desnecessários e tomar decisões melhores nas suas finanças com o auxílio de um bom Empréstimo Pessoal quando for necessário.

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Juros de mora x multa por atraso: o que entra no cálculo

Juros de mora são a taxa pelo tempo de atraso, calculada dia a dia até o pagamento. Multa por atraso (multa moratória) é um valor fixo sobre a dívida, cobrado uma única vez quando passa do vencimento. No aluguel residencial, a prática de mercado costuma ser:

  • Juros de 1% ao mês (pró-rata por dia de atraso)
  • Multa de 10% sobre o valor em atraso

A Lei do Inquilinato (8.245/91) permite que essas condições sejam pactuadas livremente no contrato, e a jurisprudência tem aceitado a multa de 10% na locação residencial. Não existe um “teto federal” específico para locação, mas cobranças fora do padrão (ex.: multa acima de 10% ou juros desproporcionais) podem ser questionadas por abuso. Se no seu contrato a multa for 2% ou 5%, vale o que está escrito.

Outro componente que pode entrar é a correção monetária (IGP-M, IPCA, IPCA-M), definida no contrato. Ela repõe a inflação do período; em atrasos curtos dentro do mesmo mês, muitas administradoras nem aplicam, mas se o atraso atravessa a virada do mês, a correção costuma aparecer.

Antes de tudo: leia o contrato e observe a prática local

O jeito mais seguro de calcular é começar pelo contrato de locação. Procure, especialmente, cinco cláusulas:

  • Multa por atraso: a porcentagem e sobre qual base ela incide (apenas aluguel ou aluguel + encargos como condomínio e IPTU).
  • Juros de mora: taxa mensal (ex.: 1% a.m.) ou diária (ex.: 0,033% ao dia) e se é pró-rata.
  • Prazo de carência: alguns contratos de São Paulo dão 3 a 5 dias de carência; em outras praças pode não haver carência.
  • Correção monetária: índice (IGP-M, IPCA etc.) e a partir de quando é aplicada.
  • Despesas de cobrança: honorários, notificações ou protesto se o atraso ultrapassar determinado prazo.

Se a data de vencimento cair em fim de semana ou feriado, a prática bancária permite pagar no dia útil seguinte sem caracterizar mora. Em dúvida, confirme com a administradora.

Como calcular juros e multa de aluguel atrasado passo a passo

O método não muda muito entre estados, mas a parametrização muda conforme o contrato. O roteiro é simples:

1) Defina a base de cálculo: só o aluguel, ou aluguel + encargos (como condomínio) se o contrato mandar somar tudo.

2) Verifique carência: se houver, conte os dias de atraso a partir do fim do prazo de carência.

3) Aplique a multa uma única vez sobre a base de cálculo.

4) Calcule os juros de mora pró-rata: juros = base × taxa mensal × (dias de atraso/30). Se a taxa for diária, use juros = base × taxa diária × dias.

5) Se houver correção monetária e o atraso atravessar a virada do mês com índice divulgado, aplique a correção definida no contrato sobre o principal (e então some multa e juros).

O resultado final é: valor a pagar = principal em atraso + multa + juros (+ correção, se aplicável).

Exemplo prático 1 (São Paulo, contrato padrão)

Cenário: aluguel de R$ 2.000, condomínio de R$ 500, vencimento dia 10, carência de 5 dias, multa de 10% sobre aluguel e encargos, juros de 1% ao mês, sem correção no mesmo mês. Pagamento no dia 22.

  • Dias de atraso: do dia 16 ao 22 = 7 dias
  • Base de cálculo: R$ 2.000 + R$ 500 = R$ 2.500
  • Multa (10%): R$ 2.500 × 10% = R$ 250
  • Juros pró-rata: R$ 2.500 × 1% × (7/30) ≈ R$ 2.500 × 0,01 × 0,2333 ≈ R$ 5,83
  • Total: principal (R$ 2.500) + multa (R$ 250) + juros (R$ 5,83) = R$ 2.755,83

Se o seu contrato disser que a multa incide apenas sobre o aluguel, a base cai para R$ 2.000 e a multa seria R$ 200; os juros podem continuar sobre o total em aberto se a cláusula assim indicar.

E se o atraso atravessar o mês? Imagine que você pague no dia 5 do mês seguinte e o IGP-M do mês anterior tenha sido 0,6%. A correção de R$ 2.500 × 0,6% = R$ 15, somada à multa e aos juros pró-rata do período.

Exemplo prático 2 (contrato sem taxa de juros definida)

Cenário: aluguel de R$ 1.800, multa contratual de 10% sobre o aluguel, contrato não menciona juros, sem índice de correção. Atraso de 12 dias.

Quando o contrato é silencioso sobre a taxa, aplica-se a taxa legal. O Código Civil (art. 406) remete à taxa utilizada para tributos federais em atraso (SELIC), que já inclui juros e correção. Na prática de locação, porém, muitas administradoras usam 1% ao mês por costume. Há duas formas de proceder:

  • Abordagem estritamente legal: aplicar a SELIC do período, pró-rata. Se a SELIC mensal estimada for 0,9%, juros ≈ R$ 1.800 × 0,9% × (12/30) ≈ R$ 6,48.
  • Abordagem de mercado/negocial: calcular com 1% ao mês pró-rata (R$ 1.800 × 1% × 12/30 ≈ R$ 7,20) e ajustar caso a administradora aplique critério diferente.

A multa de 10% seria R$ 180. Total aproximado (com SELIC a 0,9%/mês): R$ 1.800 + R$ 180 + R$ 6,48 ≈ R$ 1.986,48.

Dica prática: peça sempre a memória de cálculo da imobiliária. Se vier com “juros legais” sem taxa, pergunte qual índice foi aplicado (SELIC ou 1% a.m.). Para ajudar, você pode considerar as opções de Empréstimo Pessoal caso precise regularizar seus pagamentos rapidamente.

Limites legais e práticas de mercado que você precisa saber

Não há um teto único em lei para multa de atraso em locação residencial, mas valores até 10% têm sido aceitos pelos tribunais. Acima disso, a chance de ser considerado abusivo aumenta. Para juros, 1% ao mês pró-rata é o padrão contratual; se o contrato não definir, argumenta-se a aplicação da taxa legal (SELIC). A correção monetária segue o índice contratual; se não houver, muitos tribunais usam índices oficiais como IPCA-E em disputas judiciais.

Importante: o limite de 2% de multa do Código de Defesa do Consumidor não se aplica automaticamente à locação residencial entre particulares, que não é uma relação de consumo típica. É por isso que você vê 10% em tantos contratos de aluguel.

Variações regionais: São Paulo x outras praças

Aqui está a oportunidade de evitar erro de conta: além do contrato, a rotina das imobiliárias muda entre estados.

Em São Paulo, é comum encontrar:

  • Carência de 3 a 5 dias
  • Multa de 10% e juros de 1% ao mês pró-rata
  • Correção pelo IGP-M, com migração gradual para IPCA em contratos novos
  • Cobrança sobre “aluguel e encargos” (condomínio, IPTU) como base da multa

No Rio, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul, a lógica costuma ser similar, mas a carência pode não existir e há mais contratos novos adotando IPCA. Em praças menores, alguns contratos mantêm multa menor (2%–5%) para facilitar a adimplência. Em disputas judiciais, os Tribunais de Justiça estaduais podem adotar índices oficiais próprios para correção. Por isso, se o seu atraso atravessou meses e há correção, vale checar o índice da região ou o que a própria administradora pratica.

Outro detalhe que varia é a incidência sobre “aluguel + encargos”: há contratos fora de SP que limitam a multa só ao aluguel, mas calculam juros sobre o total em aberto. Essa sutileza muda a conta em dezenas ou centenas de reais.

Quando a cobrança é abusiva (e como agir)

Cobranças parecem abusivas quando têm multa acima de 10% sem previsão clara, juros diários desproporcionais, duplicidade de correção e juros (ex.: SELIC + correção adicional) ou quando a multa é cobrada mais de uma vez no mesmo atraso. Nesses casos:

  • Solicite a memória de cálculo detalhada por escrito.
  • Compare com o que está no contrato e com as práticas citadas aqui.
  • Negocie a retirada de itens indevidos e proponha pagamento imediato do principal com multa e juros corretos.
  • Persistindo a divergência, procure o Procon local ou o Juizado Especial Cível com o contrato e a memória de cálculo em mãos.

Negociação funciona melhor quando você chega com números e alternativas de pagamento.

Dicas para pagar menos e evitar reincidência

Atrasei, e agora? Foque em reduzir a contagem de dias. Pague o quanto antes, mesmo que precise quitar primeiro aluguel+encargos para estancar juros e deixar eventual taxa administrativa para depois. Tente negociar a manutenção da carência se você pagar no mesmo dia do contato da imobiliária.

Para não repetir, automatize o pagamento (débito em conta ou lembrete no calendário), alinhe o vencimento com a data do seu recebimento — se você quiser saber exatamente quanto receberá, confira nosso artigo Como calcular o salário por dias trabalhados? — e tenha uma reserva de emergência equivalente a um mês de moradia (aluguel + condomínio + contas). Se a falta de caixa for pontual e inevitável, compare opções de crédito mais baratas antes de cair no rotativo do cartão: taxas variam muito e, no curto prazo, um empréstimo pessoal com CET menor pode custar menos do que deixar juros e multa correrem. Na Comparabem você pode usar nosso Simulador de Empréstimo Online Grátis: Planeje Seu Crédito Fácil para analisar as melhores opções de crédito de forma transparente antes de decidir.

Amarrando as contas sem dor de cabeça

Saber como calcular juros e multa de aluguel atrasado te dá duas vantagens imediatas: evita pagar a mais e te coloca numa posição melhor para negociar. O segredo é simples—ler o contrato com atenção, aplicar a regra pró-rata e respeitar as práticas do seu estado. Use os exemplos daqui como modelo, peça sempre a memória de cálculo e, se algo destoar, questione. Com informação e organização, você preserva seu orçamento hoje e ganha tranquilidade para o mês que vem.

Se precisar de ajuda para organizar seu orçamento e analisar empréstimos, não deixe de conhecer nosso portal de Empréstimo Pessoal para encontrar opções que melhor se encaixam no seu perfil financeiro.

Quer ainda aprofundar? Temos também um conteúdo sobre Amortização no Financiamento Imobiliário: Como Funciona e Melhores Estratégias que pode ajudar no planejamento financeiro a longo prazo.

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